segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

não conheço poeta
mais talentoso no exercício
de alteridade, invenção
e vida dupla

que oscar maroni

ele coloca um óculos escuro, cata uma bengala
e sai do bahamas hotel club para lamber os pés
de gorilas e garis e açougueiros e dos motoboys
com cicatrizes nos tornozelos e aí ficar fungando
as frieiras, o chulé, mordiscando os bichos de pé
que andarão entre linhas de seus próximos sonetos

velhinho porreta animal com a língua
numa xota numa glande em qualquer cu
encontrando a zona de sombra entre
o que fede e o que é sublime e cheiroso

como glauco mattoso

Nenhum comentário: