eu estaria parado na frente de um rinoceronte
fumando um fininho californiano encontrado
entre sapatos abandonados e hare krishnas.
não fosse a escrita, na melhor das hipóteses
eu estaria o dia inteiro enfiando álcool e gasolina
nos tanques de combustível dos carros currados
por motoristas sem imaginação, depois do polimento.
não fosse a escrita, na melhor das hipóteses
eu ainda estaria trabalhando na televisão
ligando para delegacias à procura de prisões
e assassinatos interessantes para nossos abutres.
não fosse a escrita, na melhor das hipóteses
eu permaneceria eternamente vendendo cópias
dos desenhos dos cavaleiros do zodíaco
para crianças cegas, anões e ninjas aposentados.
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