palavras, palavras, palavras.
que eu fuja deste mar e o ar
se tornará mais leve, breve
instante antes da subida.
giramos pela noite com o fogo
roendo nossos calcanhares.
há uma ponte cuja aparição depende
do silêncio e do cio e se estende numa
terra sem perguntas, sem respostas,
amparada nas costas de uma imensa
tartaruga erótica.
confusão sexual & estômago, cabelos
bagunçados pelo vento e pelo tempo.
estar perto, dentro da polpa da fruta,
boca aberta como gruta de aventuras.
afasia, respiração ofegante, nervosa.
a dança que a loba inventa e invade
as florestas mais verdes, conexões
e notícias do pensamento alagado
do sangue doce da tempestade.
olhar sincero, vísceras e vícios
na ponta da língua, deserto
donde surgem as sementes
que germinam dentro
de nossos umbigos.
segunda-feira, 29 de abril de 2013
equilíbrio
empilhando pedras
no coração, soprando
plantas na noite nua,
lembrando da lua
ao alcance da mão.
no coração, soprando
plantas na noite nua,
lembrando da lua
ao alcance da mão.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
terça-feira, 16 de abril de 2013
abandonar a tosse
e as repetições acrobáticas
de ideias estacionadas.
um caminhão de mudanças
leva para o cemitério as roupas
dos ossos, caixas abarrotadas
com as cinzas dos livros
escritos com sangue.
garras dos carcarás carregando
a escuridão pelo ar, energia
da planta com raízes nos
cérebros dos macacos.
e as repetições acrobáticas
de ideias estacionadas.
um caminhão de mudanças
leva para o cemitério as roupas
dos ossos, caixas abarrotadas
com as cinzas dos livros
escritos com sangue.
garras dos carcarás carregando
a escuridão pelo ar, energia
da planta com raízes nos
cérebros dos macacos.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
biografia de minha neta imaginária
aprendeu logo cedo
a entender o que o açude diz.
o nariz fareja a mais longínqua cereja.
desde nascença sabe a diferença entre o silêncio
e o silêncio. tem muitas cicatrizes, mas nenhum traço
de rancor, raiva, ânsia. descansa a cabeça sobre um
travesseiro de hortênsias. também é míope, não mente,
mastiga lentamente frutas e folhas. traduz os trovões
para um sabiá, caminha ao léu, segue para o céu a pé,
com fé e chá.
a entender o que o açude diz.
o nariz fareja a mais longínqua cereja.
desde nascença sabe a diferença entre o silêncio
e o silêncio. tem muitas cicatrizes, mas nenhum traço
de rancor, raiva, ânsia. descansa a cabeça sobre um
travesseiro de hortênsias. também é míope, não mente,
mastiga lentamente frutas e folhas. traduz os trovões
para um sabiá, caminha ao léu, segue para o céu a pé,
com fé e chá.
Assinar:
Postagens (Atom)