o poema se faz
com o barulho dos ossos.
a poesia é ruído
distúrbio, transgressão
(os sons do corpo mamífero).
o poema cria
o abismo com violinos
e a vertigem
(as alucinações caóticas
do deserto do real).
a poesia é o incêndio
do encontro e o acaso:
olhos do nômade
na paisagem de animais.
a poesia é o vinho
da visão.